quarta-feira, 14 de março de 2007

Crônicas do Lago (1)


Emergindo das escuras águas do pequeno lago, meu corpo ganha espaço em meio à leve neblina. As árvores de outono, com suas folhas alaranjadas, protegem do sol os sentimentos frios, a vida inerte que se esgueira pelos troncos seculares.
O som- indubitavelmente oriundo de alucinação- de um triste violoncelo me enlaça na melancolia nebulosa daquela tarde, enquanto sinto meu corpo fluir e levantar-se do fundo do lago lentamente.

Naquele momento, e como jamais talvez sentira antes, esqueci-me ali.

(...)

Ainda me descubro irremediavelmente só. E apesar de pela primeira vez ser amado de tal forma, ainda me encontro sem saber se é realmente isso o que quero.

Anoitece.
O tempo passa rapidamente, e amanhã verei meu destino.

(texto republicado).

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