sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Profusão Silente

Sou tudo aquilo que não vivi, mas sonhei. Consisto nas vidas que dentro de mim coexisto e, em pensamento silente, me esqueço nos seus interiores. Vivo em meio a tantas vidas que crio, que destruo a própria vida que tenho. De mim, só controlo os delírios.
Sou aquela declaração de amor que pensei ter feito a ele, que sonhei ter dito aquilo tudo pra ele. Sou aquele sorriso que planejava mostrar, o telefonema que cogitei dar um dia. Sou aquele abraço, que foi tão gostoso, mas eu tive que ir antes de dar. Sou aquela festa que dançei tanto e te conheci, mesmo sem ter ido.
Nunca haverá, hoje, lugar algum em que eu me sinta em casa. E pela eternidade que se dará até meu sono, eu me lastimarei da solidão e dos sonhos. Ah, os corrosivos sonhos. Se eu fosse um pouco mais vazio e sonhasse menos, atravessaria o corredor após meu quarto, ganharia a rua.

Um comentário:

sophia v. disse...

adorei o texto..o blog todo tah muito bom

te linkei nos meus favoritos,ok?

bjo